sábado, 17 de dezembro de 2011

Cartas além do muro

Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maçãs eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você me pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais no de dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo o que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes e eles dizem que se eu mostrar como realmente sou você vai ficar apavorado e nunca mais vai aparecer nem telefonar – eu não agüento mais não me mostrar como sou. Hoje de manhã eu acordei bem cedo, e depois de conversar com eles consegui permissão para caminhar sozinho no jardim, eu disfarcei muito conversando com eles porque queria muito caminhar sozinho no jardim. Àquela hora ainda não estava chovendo, ou estava, não me lembro, ou havia chovido ontem à noite, não, acho que não estava chovendo não, porque eu lembro que as folhas estavam limpas e molhadas e a aterra tinha um cheiro de terra molhada: comecei a lembrar, lembrar, lembrar e o meu pensamento parecia um parafuso sem fim, afundando na memória, eu não suportava mais lembrar de tudo o que se perdeu, tudo o que perdi, não fui e não fiz, mas não conseguia parar. Então comecei a gritar no meio do jardim molhado com as duas mãos segurando a minha cabeça para que não estourasse. Aí eles vieram e disseram que não tinha jeito e que estavam arrependidos por terem me deixado sair sozinho e que aquela era a última vez e que eu disfarçava muito bem mas não conseguiria mais enganá-los. Eu disse que não tinha culpa do meu pensamento disparar daquele jeito, mas acho que eles não acreditaram, eles não acreditaram que eu não consigo controlar pensamento. Então me deram uma daquelas injeções e eu afundei num sono pesado e sem saída como este espaço dentro desses quatro muros brancos. Foi depois que acordei, não sei se hoje ou amanhã ou ontem, eu te escrevo dizendo hoje só para tornar as coisas mais fáceis, foi depois de acordar que perguntei se você não tinha vindo nem telefonado, e eles disseram que você não viera nem telefonara. É provável que estivessem mentindo, eles dizem que eu preciso aceitar mais a realidade das coisas, a dureza das coisas, e às vezes penso que tornam de propósito as coisas mais duras do que realmente são, só pra ver se eu reajo, se eu enfrento. Mas não reajo nem enfrento. A cada dia viver me esmaga com mais força. Não sei se eles escondem de mim a sua visita, se não me chamam quando você telefona, se dizem que já fui embora, que já estou curado, não sei se você não vem mesmo e não telefona mais, não sei nada de ninguém que viva atrás daqueles muros brancos, você era a única pessoa lá de fora que entrava aqui de vez em quando. É verdade que eles todos moram lá fora, mas é diferente, eles vivem tanto aqui dentro que não consigo acreditar que sejam iguais os lá de fora, como você. Você, sim, era completamente lá de fora. Digo era porque faz muito tempo que você não vem porque guardei no meio das minhas roupas um pedaço daquela maçã que você trouxe da última vez, e aquele pedaço escureceu, ficou com cheiro ruim, encheu de bichos, até que eles me obrigaram a jogar fora. Acho que os pedaços de maçã só se enchem de bichos depois de muito tempo, não sei. Parei um pouco de escrever, roí as unhas, preciso roer as unhas porque eles não me deixam fumar, reli o começo da carta, mas não consegui entender direito o que eu pretendia dizer, sei que pretendia dizer uma coisa muito especial a você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver ou telefonar e, se fosse preciso, trazer a polícia aqui para obrigá-los a deixarem você me ver. Eu sei que você quer me ver. Eu sei que você fica os dias inteiros caminhando atrás daqueles muros brancos esperando eu aparecer. Eles não deixam, acho que você sabe que eles não deixam. Não vão deixar nem esta carta chegar às suas mãos, ou vão escrever outra dizendo que eu não gosto de você, que eu não preciso de você. Mas é mentira, você tem que saber que é mentira, acho que era isso que eu queria dizer preciso escrever depressa antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado.
- Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Boomerang

já se vão dois meses sem notícias suas. Não sei se casou, se vai se mudar, se vai ficar, se já tem outra pessoa ocupando um lugar que nunca foi meu, se ainda pensa em mim. Todos os dias abro meu e-mail. No começo a esperança era que tivesse um e-mail seu dentre os e-mails de spam, propagandas, comissão de formatura, provas finais, processos... e parei de ter esperança. Até cogitei a hipótese que você nunca tivesse recebido O e-mail. Mas sei que recebeu.

Sua resposta foi a mais clara possível. Ignorar. Sempre. Não sabe o que falar e não tem uma resposta positiva, ignore, é mais saudável... Eu juro que tentei fingir que pra você aquilo tudo não importou.

Meu pensamento saiu de você, voltou-se para os amigos, para a monografia, depois para uma festa, depois para um paquerinha, depois foi para as provas, depois foi para professor, depois para formatura, e agora quando eu achei que fosse para uma prova do ano que vem, voltou pra você, como um boomerang.

Tudo bem, tudo bem. Entendo que sua aparição deve-se a uma provocação de minha parte. Mas você não veio falar comigo depois do e-mail, não mandou um parabéns da formatura. E agora só porque recebeu o convite em mãos a mais de quinhentos quilômetros, você se sente no direito de vir e agradecer, bem como me perguntar sobre a festa, meio que dizendo que comparecerá.

Minha maior vontade nesse instante, além da cura da minha vó, é que você decidisse o que quer da vida. Se quer ficar longe, ou ficar perto. Se quer conversar, ou se prefere ignorar. Cansei desse ser meio-termo que você se tornou. Cansei desse ser meio-termo que me tornei. Ou eu vou te amar, ou vou te odiar. Só preciso saber o que você quer.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

hoje quis te deletar da minha vida. chegou num ponto que eu não sei mais o que deve ser feito... faltando apenas uma semana. eu acho.

não consigo seguir em frente e não consigo falar com você. should I kill myself?

e você cada dia me faz mais e mais confusa. não sei de verdade o que você pensa. quero te esquecer. esse é meu desejo por agora.

pode ser que amanhã ao acordar meu desejo seja ter você pro resto da minha vida.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

encontro marcado

E assim foi. Mais um encontro marcado, com início, meio e fim. O final sempre é a pior parte, você me trazendo pra dormir na minha cama. Não gosto disso. Eu queria que um dia isso acabasse, e eu dormisse na sua cama, ou você na minha. Eu gostaria muito de ter seu sorriso ao acordar, assim como tive quando acordei no meio da noite e vi você ali dormindo. Seu cheiro é inigualável, eu posso ficar cinco dias sem dormir só pra ver você dormir.

Sabe, pensei que quando eu te visse, eu veria que era só imaginação minha e na verdade nem gosto tanto de você. Imaginação minha era crer que isso pudesse ter acontecido. Tem horas que estou do seu lado e fico sem graça, com medo de você ouvir as batidas do meu coração sem ao menos encostar o ouvido no meu peito.

Também pensei em te esquecer. Pode ser que eu tenha só migalhas desse nosso amor, mas de migalhas suas viverei então. Não sei até quando isso vai durar e se algum dia vai aparecer outra pessoa, na sua ou na minha vida. Só rezo todos os dias pra que esse dia nunca chegue.

Por você eu mudaria até de nacionalidade, não sei como eu faria isso, mas eu faria. Por você eu andaria mais de quinhentos quilômetros para ter meras seis horas do seu lado. Por você eu me mudaria pro outro lado do oceano.

Já te disse, eu te amo. Não sei porque insisto em voltar pra você, mesmo você sendo tão excêntrico.

Mas eu decidi. Decidi que não ocuparei mais seu espaço com pessoas passageiras na minha vida. Enquanto eu for de corpo e alma sua, não darei partes a outras pessoas. Sou fiel a você. Cansei de me perder em outros corpos, e voltar pra casa desejando estar apenas com você. Então que eu volte pra casa somente desejando você, sem correr o risco de me magoar e magoar os outros.

Agora o que só consigo fazer é olhar nossa foto. Seu sorriso sincero. Sabe, eu nunca tinha visto uma foto sua sorrindo tão sincero, pode ser engano meu, mas às vezes pode ser que sim.

No mais, basta contar uma mentira várias vezes, que ela se torna verdade. Então você me ama, e quer ficar comigo, só comigo.

Pronto, dá pra ela se tornar verdade agora?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Talvez se você me aceitar

- senta aí. bom te ver depois de tanto tempo.
- tenho mil coisas pra te contar sobre os lugares que fui.
- eu sei. tenho mil coisas pra te dizer, sobre os sentimentos dentro de mim.
- pode ser depois?
- não, meu sentimento é pra agora. seus lugares continuarão lá para irmos juntos.
- juntos? como assim?
- é. essa foi a forma mais fácil de te dizer sobre tudo. eu amo você e quero ficar com você, é simples assim.
- since when?
- not now. já tem muito tempo que venho sentindo essas coisas. talvez uns seis anos?
- isso é sério?
- mais que sério!!
- bom, não é bem assim que as coisas são, nós não daríamos certo...
- isso é o que você realmente pensa?
- não... a gente se dá super bem, eu gosto demais de você, mas...
- mas o quê?
- você sabe, ano que vem as coisas mudarão.
- eu me mudo também.
- não é bem assim!!!
- eu te amo.
- eu também te amo.
- então fica comigo!
- eu estou com você!
- só comigo. vamos tentar?
- você chega depois de seis anos e me faz esse pedido?
- só agora tive a oportunidade de fazê-lo. algumas vezes você me deu oportunidade de ficar com você, mas não tínhamos maturidade suficiente. somos diferentes agora.
- justamente...
- espera, deixa eu falar. eu te amo, quero ficar com você. sonho com você todos os dias, penso em você o dia inteiro. não durmo, não como, não trabalho, não estudo. penso em você. não vivo, não divirto, procurei você em outras pessoas e não achei. reconheço que sempre quis você, e neguei isso pra mim várias vezes, só pelo fato de que se você contar uma mentira várias vezes ela se torna realidade, mas isso não aconteceu. o sentimento continua aqui, e só cresce. eu preciso distribuir isso, preciso dividir isso com alguém, eu tentei com várias pessoas, mas não funcionou.
- porque então você passou tanto tempo perdendo tempo com outras pessoas?
- porque você não estava lá!
- e agora estou?
- foda-se se agora você não está. eu estarei onde você estiver, não importa o que custe e o quanto custe.
- eu acho que...
- não acabei. eu sabia que no dia que eu conseguisse te dizer tudo seria uma bíblia, agora você espera. eu te amo desde aquele dia que começamos a conversar. eu te amei muito naquela madrugada em que você disse que estava parado na estrada escutando nossa música e pensando no que deveria fazer, e o que eu achava. aquele dia eu ponderei bastante sobre o que deveria ser feito, quisera eu voltar no tempo e consertar. eu tive medo, muito medo de sofrer com você. hoje não me importa, eu não ligo pra esse medo, eu não ligo pra nada disso, não ligo pro que vão dizer, não ligo se vou ter ciúmes ou não, meu amor é maior que tudo isso, não sei quando eu esqueci de te esquecer, mas algum momento isso aconteceu, e eu perdi esse precioso momento. já que não posso voltar no tempo e dizer sim pra você e muito menos voltar no tempo e aceitar nosso não, eu decidi que vou lutar por você, de verdade pela primeira vez. eu vim até aqui, viajei quilômetros, estou contra tudo e todos, mas acho que quando a gente gosta de verdade pelo menos uma vez temos que tentar, não sabia se daria conta de te dizer tudo isso, mas vejo que sou muito mais forte do que penso, portanto se for um não, não me importo, eu vim, dei a cara a bater. amo você, amo mesmo. é mais que amizade, é amor. é mais que sexo, é amor. é mais que bem querer, é muito amor. não quero mais deixar outra oportunidade passar, não quero mais deixar as coisas acabarem bem na frente dos meus olhos e não fazer nada, não quero ser uma mosca morta. sabe o que eu quero? estar com você, tanto faz aonde isso vai me levar. se isso me levar longe daqui, tudo bem desde que eu esteja perto de você. se eu ouvir um sonoro não, eu ficarei muito abatida, como há muito tempo não me permito ficar. mas se ouvir um sim, eu quero fazer de tudo pra que você continue nos meus planos de ser o pai dos meus filhos, e tudo para meus planos concretizarem, desde um apartamento bem apertadinho com uma sala e uma cama de casal (pode ser de solteiro também, desde que você use aquele edredon de flores de sempre) onde a gente se aperta e se ama todas as noites até uma casa enorme, cheia de crianças e cachorros, onde a gente continuará se amando todos os dias e todas as noites, até nos dias mais vazios, quando você se sentará em uma sala pra trabalhar e eu em outra, mas só de saber que você estará ali, logo na sala do lado, ou que você estará ali, logo do outro lado do oceano, mas pensando em mim, é suficiente. basicamente é isso, eu amo você, quero ficar com você, e você?
- ...

domingo, 18 de setembro de 2011

Hoje parecia que eu nunca mais te veria.

Decidi ir no nosso lugar, e pra minha surpresa você continuava lá. Algumas coisas mudadas, talvez a grama cortada, talvez um banco novo. Mas você estava lá! Sentamos ali na beirada da lagoa, e eu ainda com medo dos bichinhos que poderiam me picar, mas você como sempre me acalmando. Conversamos por horas a fio, lembramos de tudo, desde o primeiro olhar. E rimos muito. Mas também chorei muito, eu novamente te contei o quanto sinto sua falta. Você me fez cócegas, quando uma borboleta apareceu e pousou no meu braço. Ela era linda, azul, da cor dos meus olhos. Com marrom, da cor dos seus. Ela era nossa. E dessa vez ela pulou direto pro estômago! Como assim? Borboletas às vezes são estranhas. Bom te ver novamente. Sei que não demora mais tanto da próxima vez.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não esperava nada dessa vida louca, quando em plena quarta-feira você surgiu em minha vida em meio a um chat no msn. Tudo começou na mais simples inocência e por causa do seu amigo pra variar falando 'borracha'.

E esse um dia se transformou em uma semana. Eu perdi noites de sono por nossa amizade, que desde aquele dia já era amor. Só faltava assim ser chamado. Eu ri muito com você, da mesma forma que você me ajudou bastante. Mais um pouco você me chamaria de 'espelho'. Nem espelho você usava mais. Ou era uma foto ou era uma webcam e dizer se você estava bem pra sair ou não. Sempre estava...

Um dia senti uma coisa diferente, você se vestiu para ir à uma festa brega. De brega ali só tinha meu sentimento. Você estava tão lindo, tinha cortado o cabelo, e colocou língua na foto pra mim. Suas marcas registradas... não as esqueço.

Logo você apareceu por aqui e foi "se apresentar" pessoalmente. Era uma aula à tarde, daquelas beeem chatas. Meu celular tocou e você estava lá dizendo 'maninha, to aqui. quero te ver...'. Eu acho que nunca perdi o ar tão depressa, saí voando da sala e fui te encontrar. Um misto de sensações, mas não foi ali que percebi o que acontecia. No máximo eu tentava esconder isso, até hoje me lembro que minha amiga afirmou que a gente teria algo e eu falei que nunca.

Nunca diga nunca.

E se passaram dias, meses. Conversas pelo telefone e pela internet, noites e dias. Dias e noites.

Você veio novamente. E decidiu me visitar na minha casa. Sexta-feira, 18h. Sabia que levei uma bronca por sua causa? "Tá raiando...". Te ver ali tão perto de mim, um amigo que eu nunca tive, foi tão bom, tão confortável.

No dia que você apareceu na minha vida eu não tinha ninguém, meu coração não era de ninguém. Com certeza você teve culpa e intenção de tê-lo.

Foi ruim te ver indo embora. E foi bom te ter perto. Vieram dias bons, que não tinham nada pra serem bons. Férias estudando. Você me ensinando com toda paciência do mundo. Mentindo só pra estar ao meu lado. Ali tudo já era muito diferente.

E aconteceu. Depois de uma tarde conversando sobre os mais diversos assuntos, eu fui te levar até a porta. E bem ali, antes de abri-la você disse que não aguentava mais e me beijou. Eu relutei, muito. Aquilo me doeu, meus olhos encheram de lágrima e eu sofri. Você não me pertencia, você pertencia a outra pessoa! Foi uma confusão enorme na minha cabeça, você não imagina o quanto. Decidi que isso não iria mais acontecer...

Até que o3:ooh recebo uma mensagem dizendo que precisava me ver no outro dia, que não conseguia tirar aquilo da cabeça e tínhamos que conversar. Confesso que não dormi. Fui logo cedo me despedir de você, e aconteceu de novo. Ali eu percebi tudo que estava acontecendo. Eu já te amava antes de saber que era amor.

E nesse conflito a gente viveu. Nos víamos praticamente todos os dias, nos falávamos todos os dias e todas as madrugadas. Eram cinco, seis horas de conversa por telefone direto. Você me via dormindo pela webcam, e me acordava pra ir à escola. Eu te amava tanto. Amor mais puro e sincero que senti.

De repente tudo ficou muito mais confuso do que deveria ser. Percebemos que se continuasse com aquilo nos machucaríamos e machucaríamos outras pessoas. Decidimos continuar enquanto estivesse tudo bem. Não pensava que você sentia nada por mim. Até no dia que você me pediu pra ser exclusivamente sua. Eu fui. Eu sempre fui sincera e fiel a você. Sempre.

E você percebeu que tinha que tomar sua decisão. E jogou essa decisão nas minhas mãos. Não sei se me arrependo, mas decidi não carregar aquele peso na minha vida. Abdiquei de você, por você. Foram dois meses no céu e um ano e três meses no inferno.

Tentei te esquecer. N vezes. Fui para festas, viajei, fiquei longe de você, beijei outras pessoas, e nada. Eu bebia, ligava pra você. Eu te via, ligava pra você. Eu a via, ligava pra você. E usava nossa amizade de desculpa. Não que eu não sentisse falta da amizade também, mas de você sempre foi mais.

Encontrei outra pessoa que me distraiu enquanto você se mantinha distante. Te procurei nele, ele tinha muitas coisas a ver com você, e eu sempre descontei as coisas que aprendi com você no meu relacionamento com ele. Muitas.

Ouvi várias vezes da boca dele que era de você que eu gostava. Eu contestei. Eu gostava dele, ele era um cara legal comigo. Mas eu lá no fundo sabia que eu amava uma única pessoa, você.

Você ressurgiu na minha vida, e eu nunca te neguei nela. Às vezes por isso mesmo que você não gosta muito de ficar dentro dela. Eu não consigo negar, eu sempre quero te aproveitar ao máximo.

Cheguei ao ponto de terminar tudo por você, mas não poderia jogar tudo pro alto sem ter certeza se era recíproco. Assim me mantive. Chegou ao ponto de você me pedir isso, e eu tive medo, muito medo. Decidi me afastar.

Mais uma vez me afastei e mais uma vez a saudade veio. Com você sempre foi diferente, de todos os outros. Como diz você, com você é especial, você é especial.

(...)to be continued.


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

'E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso."

:)

domingo, 28 de agosto de 2011

Decidido.

Não consigo te esquecer, aliás, nem sei se tentei realmente te esquecer. Isso é fato. Essa história vem se arrastando por anos a fio e até hoje nenhum de nós dois teve coragem de colocar um ponto final, ou até mesmo ter colocado reticências.

Depois de milhares de brigas, milhares de minutos sem se falar, e milhares de horas boas que passamos juntos, eu decidi. Se você não consegue se decidir se gosta mais de azul ou de verde, eu decidi que gosto mais de você. E que é você a pessoa que Deus escolheu pra eu amar. Pode ser que isso um dia se acabe, se nada disso for nutrido. Mas pode ser que não...

E decidi te falar isso agora. Decidi pois pode ser muito tarde quando eu desejar expressar tudo que sinto por você. E principalmente porque não consigo mais conviver com essa eterna dúvida se você gosta de mim de alguma forma, ou me usa só pra passar seu tempo.

Eu te amo. Desde o dia que te vi pela primeira vez. Desde antes disso. Desde nossa primeira conversa em 07-09-05. Eu tive pretensão de ter você só pra mim, e tive medo também de ter você só pra mim. Foi somente por este motivo que eu abri mão tão fácil de você. Mas não foi fácil pra mim. Juro que não... Cada ligação confidencial que você recebeu, foi minha. Cada sonho que tive, foi com você. Todos os dias ao acordar, pensei em você. Mesmo quando haviam outras pessoas em minha vida.

Eu também tentei te esquecer, tentei muito. Supri sua falta com outros caras, outras festas, outros amigos, outras pessoas, outros lugares, outras camas. Mas mesmo assim não consegui esquecer. Cada cara que apareceu na minha vida, eu procurava por você. As festas que fui eu esperava encontrar alguém que me fizesse suspirar como suspiro por você. De todos os amigos que tive, você eu nunca consegui substituir. Os lugares que fui procurando te esquecer, me fizeram lembrar mais de você. Fui longe. Andei mais de três mil quilômetros pra constatar que caras bonitos, ricos e legais não são você. Em outras camas procurei somente o lustre do seu quarto pendurado no teto. Em alguns achei, mas foi tudo tão diferente... E achei também pendurado no teto do meu quarto. Isso me faz sorrir toda noite antes de dormir. Temos o lustre do quarto em comum!

Eu sei que um dia concordei quando você disse que não daríamos certo agora. Mas aquele agora passou, e agora? E agora um segundo depois? Alguma hora daremos certo? Não sei se você tem vontade de algum dia tentar viver esse amor tão reprimido, mas eu tenho. Eu sinto como se isso fosse bastante importante pra pelo menos eu seguir em frente. Não sei se você possui os mesmos sentimentos por mim, às vezes sim, mas com menos intensidade.

Também não sei mais se você tem alguém em sua vida. E às vezes gostaria de nem te perguntar, mas sei ser necessário caso a gente tenha que dar um passo adiante, seja bom ou ruim.

Desculpa, me perdi em tantos pensamentos. Se eu fosse te falar tudo que penso seriam cinco dias pra te dizer tudo. Em suma é isso. Eu te amo, eu te quero pra mim. Simples assim, como 1+1=2. Não sei se você me ama, e não sei se você me quer pra você. Mas se você disser que sim a qualquer uma das duas, eu serei sua. Só sua. E com toda certeza, serei diferente como jamais fui com ninguém. Farei tudo pra te fazer feliz. O que for necessário.

Essa é a minha última tentativa. Simplesmente tenho medo de te perder pra sempre. Pra outras pessoas...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Periférico

Pareço um sapo cego dando uma linguada no ar, não vejo o inseto, mas sei que ele está lá. Molho o ar na espera de lamber sua coxa, a pele com menos pêlos atrás do seu joelho. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo perfeito e boquiaberto por causa da barriguinha. Quem sabe descobrir alguma sujeirinha ali no umbigo, um resto de algodão, um resto de salgadinho vagabundo, um resto de prazer. Eu te amava depois do banho, eu te amava indo trabalhar sujo de mim, eu te amava humano e eu te amava, sobretudo, alienígena e com sono de sentir a vida.

Sinto saudades de respirar o mais profundo possível, como já escrevi antes, perto de sua nuca. E descobrir novidades sem nome e sem solução. Sinto saudades de me perder tentando entender de que tanto você sorria, de que tanto você brilhava, de que tanto você se perdia e se escondia.

Peço licença ao meu ódio tão feio e tão infinito para te amar só mais uma vez. Quero te amar sozinha aqui, na minha casa nova, em minha quase nova vida. Quero esquecer todo o nada que você representa e dar contorno aos desenhos que não saem da minha cabeça. Nunca entendi seu coração, nunca entendi seus olhos, nunca entendi suas pernas, mas só por hoje queria poder lamber sua fumaça para que ela permanecesse mais, pesasse mais.

É libertador esquecer meu desejo de vingança, a vontade que tenho de explodir sua vida, o vício que tenho de passar mil vezes por dia, em pensamento, ao seu lado. E pisar em cima da sua inexistência e liberdade. Chega disso, só pelo tempo em que durarem estas letras e a música que coloco para reviver você, vou te amar mais esta vez. Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre.

Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como podia ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.

Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Ainda assim, há meses, há séculos que se arrastam deixando tudo adulto demais, morto demais, simples demais, exato e triste demais, eu sinto sua falta com se tivesse perdido meu braço direito.

Esse amor periférico, ainda que não me deixe descoberto o peito, me descobre os buracos. Não são de suas palavras que sinto falta. Não é da sua voz meio burralda e do seu bocejo alto demais para me calar e me implorar menos sentimentos. Não é, tampouco, do seu abraço. Sua presença sempre deixou lacunas e friagens que zumbiam macabramente entre tantas frestas sem encaixe.

Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.

Sinto falta mesmo, para maior desespero e inconformismo do meu coração metido a profundo, de lamber suas coxas, a pele mais lisa atrás dos joelhos. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo, respirar sua nuca, engolir sua simplicidade, me rasgar com sua banalidade, calar sua estupidez, respirar seu ronco, tocar sua inexistência, espirrar com sua fumaça.

Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.

Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.

Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.

Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. N...ão por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.


CFA.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Quando enfim penso que estou me acostumando,
que estou te esquecendo, você ressurge de forma inesperada ocupando todos os espaços."

- Caio Fernando Abreu
Ouvir seu nome mesmo quando se referem a outra pessoa, acelera meu coração.

:(

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

- preciso de você.
- você não precisa de mim. está numa festa que tem mil pessoas, e pra chamar a atenção de qualquer uma delas é simples, ou vai lá e conversa, ou tira a roupa e sai andando.
- palhaço. eu trocaria essas mil pessoas pela sua companhia.
- eu sei.
- convencido.
- você sempre me arranjando milhões de adjetivos.
- você sempre me trazendo problemas.
- eu já disse que pago pra você viajar comigo.
- eu não gosto de lá.
- você gosta da minha companhia.
- mas eu não vou lá.
- e londres?
- eu vou.
- eu vou com você.
- várias pessoas querem ir comigo.
- problema delas. eu vou. eu e você vamos.
- então arruma rápido.
- eu sei.
- eu queria você comigo.
- não queria. você tá é bêbada e drogada.
- também. mas mesmo assim eu queria você comigo.
- por quê você nunca me liga quando você não está sob efeito de drogas e alucinógenos?
- porque eu cansei de correr atrás de você. só eu ligo, só eu vou atrás.
- mas é porquê você sente falta do sexo.
- também. bastante. mas sinto falta de você. do que fomos um dia.
- somos ainda.
- me mostre aonde está.
- você sabe. a gente não se desliga. corre pra lá, corre pra cá, arranja trinta novas pessoas ao ano e mesmo assim não nos desapegamos.
- você é um desapegado e vive trazendo problema à minha vida.
- na minha vida você é o problema.
- prazer, meu nome é problema.
- ha ha. piada antiga. coisa de talvez uns cinco anos pra trás.
- eu sei. mas você adora quando eu a faço.
- assim como eu adoro quando você usa aquelas calcinhas de criança.
- ha ha. eu cresci, esqueceu?
- eu sei. sinto falta dos seus dezesseis...
- eu também. sinto falta do que éramos.
- já disse. somos, não fomos.
- então por quê a gente não fica junto de vez?
- porque nenhum dos dois vale nada.
- por você eu valeria.
- eu duvido.
- eu não.
- preciso desligar, chegou o pedido no meu quarto...
- o de 250 reais? passo.
- é. ou você vai pagar esse valor?
- você pode até pagar pra ter sexo, mas o amor que eu dou a você, é só comigo.
- ela chupa bem.
- e eu escuto seu ronco, fazendo carinho no seu cabelo.
- eu não ronco.
- vai lá, senão eu terei que pagar 250 reais por uma coisa que faço muito melhor.
- ok. não te atenderei mais tarde.
- ok. tchau.

tu tu tu

- eu te amo.

sábado, 13 de agosto de 2011

numa aula qualquer...

Já tentei de tudo. Falar muito de você e sobre nós dois para ver se eu me cansava e esgotava algum momento sobre essa história. De nada adiantou. As pessoas me olhavam como eu fosse maluca por acreditar em alguma coisa tão desacreditável, como se nada daquilo tivesse acontecido e fosse tudo coisa da minha cabeça. Sei que eu parecia idiota, mas eu sei que aconteceu assim como você também sabe.
Depois que todos acharam que eu estava sob efeito de fortes drogas misturadas com reiteradas vezes que assisti ao nosso seriado predileto, eu decidi de calar.
Decidi esconder tudo que eu sentia e toda a nossa história de todos. Talvez seria uma forma de fazer você desaparecer da minha vida. Mas tudo que aconteceu é que não consegui mais esconder você e passei a viver um conflito interno enorme.
Comecei a ficar realmente maluca ao ponto de ter que utilizar medicamentos para ver se parava de ter delírios com você.
Então decidi que você não cabia mais na minha vida, que veio infinitas vezes à ela trazendo promessas que me faziam desejar acordar todos os dias e sorrir a cada instante que de você me lembrava.
E da mesma forma ia embora deixando a porta aberta para conseguir voltar e satisfazer seu ego.
Hoje sei que não posso mais lutar contra isso que eu sinto, e sei que tenho que aprender a conviver sem sua presença.
Sem mais ligações, sem mais e-mails, sem conversas onlines ou até 'ois' perdidos em algum bar durante a noite. Não quero mais desejar ter seu amor pra mim. E não quero mais oferecer um amor tão grande a alguém tão ingrato.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Não quero uma só uma escapadinha, não quero uma vida ao seu lado. Não quero nunca mais te ver. Queria ter dez minutos com você, o bastante para não mudar minha vida em nada. Quero outra vida. Não estou nem aí pra você. Só penso em você. Você é meu amigo, você é um conhecido, você foi a melhor noite da minha vida. Mais do que qualquer certeza, confusão é paixão.
Quis demais que você fosse embora, quis demais que você ficasse pra sempre, quis não pensar, me agarrei numa lógica fria que berrou no meu ouvido que toda ação tem sua reação.
Toda traidora tem seu dia de enganada. Toda vontade negada tem seu dia de câncer. Todo silêncio tem seu dia de grito desesperado.
Tive medo de ser só desejo, porque para mim sempre foi mais. Prefiro ser perseguida pelo meu desejo, que não tem dia para acabar, do que ser abandonada mais uma vez pelo seu, que dura no máximo três horas"

quarta-feira, 20 de julho de 2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Canção para lembrar você

23-o5-2o11

Há vários tipos de amor nessa vida. Começando quando pequenos. Amor aos pais, aos brinquedos, aos irmãos, à mamadeira, aos avós, aos tios e primos. E aos primeiros passos da vida começamos a perder nossos amores.

A separação nunca foi fácil, ao ter que largar a mamadeira, chupeta e até aquela fraldinha que usamos para dormir, sofremos bastante, choramos como se nunca mais teremos algo igual, perdemos noites de sono e às vezes até largamos de comer.

Nessa fase da vida percebemos que vêm novos amores que nos fazem esquecer estes "amores perdidos". São amores que se não largamos, perdemos fases de crescimento na vida.

Então chega o momento de ir à escolinha, conhecemos novos amigos, nossos professores e até mesmo os primeiros namoradinhos. E temos nossas primeiras decepções amorosas. "Ele gosta mais dela do que de mim."

Alguns desses primeiros amores duram por toda a vida, alguns perdemos com o passar do tempo. Aquela amiga que julgamos ser para sempre tem que se mudar, e assim se perde. Às vezes perdemos alguns dos nossos primeiros amores antes da hora, talvez os avós, às vezes os pais, e temos que lidar com essa perda.

De repente você se vê na adolescência, o que se tratava de amor à família, vira ódio à família. Bem que disseram que o amor é bem próximo ao ódio. Você passa a idolatrar e exaltar seus amigos e odiar seus pais... Afinal eles te proíbem de tudo.

Com o advento da faculdade, se perde alguns amigos pelo caminho e se ganha muitos. Assim como se ganham novos amores e se vão os antigos.

E o primeiro, verdadeiro e único amor chega, finalmente. Quantas pessoas você teve que beijar, conhecer, para só então sentir isso? E agora você sente. Cada segundo da sua vida você pensa numa pessoa, cada situação que você passa pensa somente nele e cada noite de sono, sonha somente com ele.

E por um acaso do destino vocês tem que se separar. É, até hoje ninguém sabe o porquê.

Então começa a busca por outros pequenos amores para substituírem o grande amor da sua vida. Afinal você aprendeu isto na sua vida, somente outro amor para curar a decepção de um grande amor.

Tem várias decepções nesta busca, algumas pequenas, outras grandes. Sofre tudo que já sofreu e pensa ser incapaz de sentir novamente qualquer coisa igual. Quem dirá maior?

Quando você se encontra. Você é capaz de sentir o amor maior, único e verdadeiro quantas vezes quiser na sua vida. Por todos os fins e perdas de amores você sofrerá. Algumas vezes mais, outras nem tanto.

Cabe somente escolher por quem vale a pena sofrer. É aí que você percebe que quem disse isso estava certo.

E você finalmente faz sua escolha.
Aquela escolha, antiga e mais bonita escolha feita na vida. Amar você.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Procura-se um amor que goste de cachorros..

16-o5-2o11

Closer, Gossip Girl e pretende morar na Inglaterra.

Err, bem, acho que não é mais procura-se. Creio que agora é achei um amor que goste de cachorros, assiste Closer comigo sem fazer qualquer careta achando que estou o traindo, assista Gossip Girl e age feito o Chuck Bass, e ainda pretende morar comigo na Inglaterra.

Simplesmente procura-se por vários amores ou meio-amores que me distraiam por todo o tempo que tenho que esperar para estarmos juntos. Se eles conseguirem...

sábado, 7 de maio de 2011

dreams be dreams...

o7-o5-2o11

but they really can be true.

Hoje faz quatro anos que a gente voltou a se falar. E eu sonhei com você. Há muito tempo isso vem acontecendo... se você não está no sonho, eu falo sobre você. Sobre o quanto eu te amo.

No sonho a gente ia na casa da sua ex levar o nosso convite de casamento. E vocês começavam a conversar e rir sobre o passado de vocês, quando não menos de repente, ela tocou no assunto sobre eu e você, sobre desde quando a gente tava junto.

Confessamos; há mais de seis anos.

Ela falou que sempre soube, que sempre viu o jeito que você falava de mim pra ela, e que já esperava esse momento que veria nós dois juntos, com todos sabendo.

Sabe, desde aquele dia eu estou contando os dias para esse ano acabar e passar depressa. Às vezes tenho muito medo, muito mesmo. Mas só de pensar que provavelmente estaremos juntos pra sempre, eu abro um sorriso que pode abraçar o mundo.

sábado, 30 de abril de 2011

o amor tem pressa?

29-o4-2o11

Hoje plantaram a sementinha da dúvida na minha cabeça. Te dizer que vale a pena tentar, ou esperar? Não sei mais se simplesmente espero esse tempo que temos. E acordei com aquela música na cabeça. É, aquela.

"Te tenho com a certeza de que você pode ir, te amo com a certeza de que irá voltar, pra gente ser feliz. (...)
A nossa liberdade é o que nos prende." (sublinho, grifo, enalteço).

E aí vem todas aquelas dúvidas que vieram à minha mente anos-luz atrás. Peço para você largar tudo e estar só comigo, ou eu simplesmente abdico de você mais uma vez e deixo você encontrar alguém pra te divertir por um tempo (ou quiçá para sempre)?

Sinceramente, não sei mais o que faço. Ao mesmo tempo que a razão diz que devo esperar nosso tempo, que daqui um ano estaremos juntos, conforme o planejado, meu coração diz que não aguenta mais guardar tanto amor reprimido, que já aguardei seis anos por isso e é hora de viver isso.

Por fim, o amor tem pressa ou sabe aguardar?

- Logo cenas do próximo capítulo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

doce infância.

28-o4-2o11

Durante nossa infância tudo que queremos é pegar catapora, usar óculos e aparelho nos dentes, e ainda quebrar o braço. São coisas ruins, mas que nos deixam felizes. O que não sabemos ainda é que isso tudo nada afeta perto de um coração quebrado.

Depois que crescemos, tudo que queremos é ter alguém pra amar, namorar, casar, receber carinho, amor, paixão, sexo. São coisas boas, mas que nos deixam tristes.

No fim, trocaríamos todo esse amor por catapora, óculos, aparelho nos dentes e gesso no braço, desde que tivéssemos um coração inteiro.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

closer.

22-o4-2o11

E mais uma vez você veio. Depois de quase seis anos nos encontramos livres, com nossos caminhos totalmente livres, e ali eu descobri em qual rua a minha vida encontraria com a sua.

Foi mágico. Seu olhar me demonstrou todo o sentimento que você insistiu em me contar. Isso eu gostei bastante. Fomos sinceros, finalmente, um com o outro. Falamos de sentimentos e de tudo que deixamos de viver e o que ainda podemos viver. Falamos de como não daríamos certo, agora.

Eu vi seu olhar e seu sorriso sincero. Seu beijo sincero e até sua respiração ao dormir, sincera. Eu amo você. Eu amo deitar no seu peito e dormir. Eu amo conversar com você. Eu amo estar com você. Eu amo você. Eu amo ver você dormir. Eu amo sua voz. Eu amo seu jeito. Eu amo seu carinho. Eu amo seu nome. Eu amo seu cheiro. Eu amo você.

Amo o fato de saber que nós terminamos somente uma vez. Uma única vez nesses seis anos. Amo o fato de você continuar sendo o melhor cara que passou pela minha vida. E amo você.

Não canso de falar que amo você, por mais que seja em pensamento e em atitudes. Não canso.

"Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro." (Rubem Alves) Alinhar à esquerda Alinhar ao centro