sábado, 17 de março de 2012

puzzle

Às vezes só gostaria que nossos corpos não parecessem um confuso quebra-cabeça que se encaixa perfeitamente bem.

quarta-feira, 14 de março de 2012

no caderno escrito

(...)

Por todo o caminho ela só sentia suas bochechas coradas, seu cabelo desarrumado e dava um jeito de abrir seus cadernos e fazer piada sobre seus estudos. E ele só sabia dizer como as coisas eram diferentes quando tinham os dois na mesma frase e situação. Chegando no ponto final, se despediram com um beijo. Não foi um beijo de despedida, foi um beijo de até logo. E todos olharam pra ela, todos já sabiam. Menos ela. Ela só sabia alegar que era uma brincadeira, uma amizade.

Passados duas horas do último beijo, seu telefone tocou. Era ele, ele queria vê-la. Pensou ela que poderia ser mais uma vez um adeus, vindo de uma pessoa que ela nunca gostaria de dizer adeus. Quando ele a viu, ele só soube explanar sobre essas duas horas que ele gostaria de estar com ela e não pôde.

Ela tímida. Ele era o segundo homem da vida dela, ela imaginava que ele não seria o próximo, o que não sabia é que ele seria o último.

Sentaram e passaram mais uma tarde juntos. Junto com o pôr-do-sol, veio a hora de dizer "até logo". O telefone dele tocou, e mais uma vez ela foi escondida. O que fez foi tomar um banho e colocar seu pijama. Aquele, que ele gostava tanto. E esperar por mais uma ligação de madrugada.

Três horas da manhã seu telefone tocou, como sempre, era ele.

- eu quero outra tarde dessas. e ah, outra manhã dessas.
- não podemos fazer isso.
- por quê não? foi ruim?
- não. é que é errado.
- quem julga o errado?
- eu sei que é errado. você gosta dela, ela gosta de você. sou uma terceira perdida nessa história.
- você foi feita pra durar.
- não com você.
- mas nossa amizade...
- amizade é diferente.
- eu gosto quando você fica vermelha, seja de tesão, ou seja de vergonha.
- pronto, estou vermelha.
- não posso te ver.
- eu sei. nem deveria mais me ver.
- mas você quer?
- não. eu insisto nesse erro.
- vamos ver até onde vamos.
- okay.

E cá estamos, seis anos e meio depois, insistindo nesse erro. Mas isso é história pra outra hora. Olha, o lustre do seu quarto continua o mesmo, só sua cama que diminuiu um pouco. Crescemos. A minha vai aumentar.

(...)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Até quando...

E de repente ela abriu os olhos. Primeiro o teto, havia um lustre que ela era acostumada a ver no seu quarto, mas agora ele estava em outro teto. Olhou pra parede, tinha uma imagem de Londres montada em um quebra-cabeças já com moldura e tudo. Olhou para o chão ao seu lado esquerdo, algumas roupas jogadas ali, e assim que olhou para sua direita enxergou uma janela azul, daquelas de madeira, bem antiga, e lá de fora uma paisagem verde, com um céu mais azul que nunca e uma vontade de nunca mais sair daqueles lençóis.
Ela demorou cerca de três minutos para situar sobre o que havia acontecido ali. A história estava mais séria do que ela tinha intenção. De brincadeira, passou a algo muito sério. E ele voltou pro seu lado.
E tudo que ela menos queria, ele fez. Ela ainda estava sob o êxtase e adrenalina. Ele começou a beijar seu rosto, beijar sua boca, fazer carinho em seus cabelos. E só o que ele sabia era elogiá-la, chamá-la de linda, anjo e dizer o quanto gostava dela.
Enquanto isso ela rezava para que ou aquele momento nunca mais passasse, ou que ela não se apaixonasse. Então o pior aconteceu.
Parecia um raio caindo sobre seu corpo, ela sentiu uma eletricidade percorrer todo seu corpo, suas bochechas corarem e teve vontade de parar todos os relógios do mundo. Já era tarde. Tanto no relógio quanto no seu coração.
Ele não podia ser seu. Nunca seria. E ela já era todinha dele. Pra todo o sempre.

(...)