domingo, 13 de maio de 2012

in box

suas coisas estão ali no canto da sala vazia. Acho impressionante como sete anos couberam dentro de uma caixa. Talvez porque nós dois já sabíamos aonde iríamos chegar. Você foi levando suas coisas, todas as vezes, e sempre deixando um pouco também.
Não te reconheço mais, e às vezes demoro a me reconhecer quando me olho no espelho. Vejo o começo de umas marcas de expressão, vejo alguns quilos a mais em alguns dias, e alguns quilos a menos em outros, vejo o cabelo mais claro, e sinto falta da inocência que me traz a você.
Sete anos. S-E-T-E A-N-O-S. Não quero pensar no tempo, ele foi tão traiçoeiro comigo. Quando eram apenas dois meses tudo que pensava era "ah, foram só dois meses. mais um amor e uma dose de vodka e já era". Hoje penso "sete anos, mais três amores e mais três doses de vodka pra ajudarem a aguentar mais sete anos".
Dizem pelos cantos que aos sete anos é a crise do relacionamento. Quisera eu ter um relacionamento para ter uma crise e para acabar logo com isso. 
Também dizem pelos cantos que você está apaixonado. Por outra. Assim como dizem que eu estou caidinha por uma pessoa, que não é você. Que até abro um sorriso gigante e sinto vontade de gritar ao mundo quando recebo uma mensagem. E fico calada. Não quero que ninguém saiba do meu novo amor. Ou minha nova paixão.
Só quero que aconteça. Assim como quero que aconteça para você. 
Não planejo mais uma viagem pro outro lado do mundo, só quero planejar umas viagens aqui, outras acolá, às vezes até uma pela Europa, desde que fique longe de você.
E planejo todo amor do mundo pra você. E pra mim. Juntos ou não.
Fechei sua caixa. Coube tudo. Só não coube meu amor, que continua aqui. Mas daqui uns dias vem uma pessoa, entra e tira ele daqui. Eu juro.

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