terça-feira, 8 de maio de 2012

Go away

Todos os dias, às 23h56min, eu sento e penso em toda essa bagunça que nós nunca conseguimos organizar. Me pergunto porquê ainda insisto, e me pergunto mais ainda porquê você ainda insiste. Ambos temos outras pessoas, mesmo que passageiras. Um amor ali, outro amor acolá. E uma saudade aqui. 
Eu viro as costas mais uma vez para você e digo adeus, com o pensamento fixo de 'até nunca mais'. Dentro de exatas vinte e quatro horas você vem e bate na minha porta novamente, dizendo bem baixinho e pedindo com aquela cara que só você sabe fazer "posso ficar mais um pouco? juro que não demoro!" e eu deixo. Você deita no sofá, tira os sapatos, eu te faço um café. A gente conversa até o amanhecer e de repente toda aquela raiva desaparece, assim como toda a minha felicidade longe de você também.
Logo adormeço nos seus braços, bem ali no sofá mesmo, e acordo na cama. Sozinha mais uma vez. Procuro você por toda a casa, e só encontro seu perfume, bem fixo ali, no meu ombro, no sofá, e no portal da cozinha - aonde você se encosta enquanto faço o café.
Mais uma vez você se foi, consigo ainda ver pela janela você virando a esquina, com os sapatos nas mãos, e uma loira gordinha nos braços. Acho que ela não sabe de nós, mas você sabe.
Dessa vez eu realmente espero que você tenha ido e não volte a bater na minha porta. 
Ledo engano. O dia começa a amanhecer e meu telefone logo toca "posso ficar um pouco com você? prometo que é a última vez...". E você vai ficando, ficando, e esquece de ir embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário