quarta-feira, 16 de junho de 2010

Clichê, porque sei sê-lo

16-o6-2o1o

Saudade. Sei que é bem clichê. Mas com relação à saudade eu sei muito bem ser clichê. Sinto saudades de pessoas que não conheci. Você sabe, Florence. Sinto mais falta ainda, bem como saudades, de quem conheci e gostei de conhecer. E sinto falta e muita saudade de quem tá logo ali e eu vejo ao menos uma vez no mês.
Esse mês faz quatro anos que ele se foi, e parece que tem dez anos de tanta falta que faz. De tanta saudade que ele deixou contigo. Dá uma vontade de voltar no tempo e dizer tudo aquilo que você sentia e nunca teve coragem de dizer, e mesmo sabendo disso, você continua sem dizer isso tudo às pessoas à sua volta que você sente o mesmo.
Dá uma vontade de fazer justiça com as próprias mãos, sair por aí, largar tudo, procurar alguém só para ter o [des]prazer de encontrar e matar, com as próprias mãos. Como também dá uma vontade de que a justiça, aquela que você estuda tanto na faculdade e vê tanto no trabalho, seja finalmente feita. E você se lembra todos os dias quando chega no trabalho que aquele amontoado de papéis está ali parado naquela estante, sem ser tocado desde 2oo9 quando foram expedidos mandados de prisão até as polícias aduaneiras. E você tem vontade de mandar uma cópia daquele mandado de prisão para cada comarcazinha e cada cidadezinha desse país gigante que é nosso Brasil.
Mas mesmo assim, você não saberia o que sentiria se isso acontecesse. Cara à cara. Ódio à ódio. Se tem alguém que você pode dizer com todas as palavras, é essa pessoa. J.P.M.. Com todas as letras. Fugitivo da justiça, covarde.
Acredite, J.P.M., eu te odeio. Você tirou a vida de uma das pessoas mais importantes na minha vida. Você não conseguiu tirar a esperança da luta pela justiça da minha vida, não conseguiu tirar minha paixão pelo Direito, e pelo contrário, a raiva que eu sentia pelo Direito Penal e Processual Penal se transformou em paixão e em mais vontade de ver o cumprimento disto tudo em prática. Com você. Já disse e já prometi, essa ordem de prisão, provavelmente, se Deus quiser, será cumprida no momento certo. Não agora e nem pelos próximos dois ou três anos. Mas logo. E você pagará aquilo que deve aqui nesse mundo. Se já não tiver partido para o sub-mundo.
Meu vô, só meu, acredite, foi só MEU avô. Tive o grande prazer em te conhecer e te ter como avô, de ser mimada, paparicada e neta única sua. Queria que aquele jogo do Brasil eu tivesse assistido com você ali, naquela casa antiga, onde dei meus primeiros passos, e quando dei meu último adeus a você, vivo. Um dia isso tudo será 'vingado', alguém tem que pagar pelo erro que cometeu, e vai pagar. Sinto sua falta. E gostaria de ter dito antes o quanto eu gosto de você. Saudades, para sempre. Por quatro anos, por dez, por vinte, até minha morte. Quando nos veremos novamente.

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