quarta-feira, 14 de março de 2012

no caderno escrito

(...)

Por todo o caminho ela só sentia suas bochechas coradas, seu cabelo desarrumado e dava um jeito de abrir seus cadernos e fazer piada sobre seus estudos. E ele só sabia dizer como as coisas eram diferentes quando tinham os dois na mesma frase e situação. Chegando no ponto final, se despediram com um beijo. Não foi um beijo de despedida, foi um beijo de até logo. E todos olharam pra ela, todos já sabiam. Menos ela. Ela só sabia alegar que era uma brincadeira, uma amizade.

Passados duas horas do último beijo, seu telefone tocou. Era ele, ele queria vê-la. Pensou ela que poderia ser mais uma vez um adeus, vindo de uma pessoa que ela nunca gostaria de dizer adeus. Quando ele a viu, ele só soube explanar sobre essas duas horas que ele gostaria de estar com ela e não pôde.

Ela tímida. Ele era o segundo homem da vida dela, ela imaginava que ele não seria o próximo, o que não sabia é que ele seria o último.

Sentaram e passaram mais uma tarde juntos. Junto com o pôr-do-sol, veio a hora de dizer "até logo". O telefone dele tocou, e mais uma vez ela foi escondida. O que fez foi tomar um banho e colocar seu pijama. Aquele, que ele gostava tanto. E esperar por mais uma ligação de madrugada.

Três horas da manhã seu telefone tocou, como sempre, era ele.

- eu quero outra tarde dessas. e ah, outra manhã dessas.
- não podemos fazer isso.
- por quê não? foi ruim?
- não. é que é errado.
- quem julga o errado?
- eu sei que é errado. você gosta dela, ela gosta de você. sou uma terceira perdida nessa história.
- você foi feita pra durar.
- não com você.
- mas nossa amizade...
- amizade é diferente.
- eu gosto quando você fica vermelha, seja de tesão, ou seja de vergonha.
- pronto, estou vermelha.
- não posso te ver.
- eu sei. nem deveria mais me ver.
- mas você quer?
- não. eu insisto nesse erro.
- vamos ver até onde vamos.
- okay.

E cá estamos, seis anos e meio depois, insistindo nesse erro. Mas isso é história pra outra hora. Olha, o lustre do seu quarto continua o mesmo, só sua cama que diminuiu um pouco. Crescemos. A minha vai aumentar.

(...)

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