quinta-feira, 25 de março de 2010

Talvez a última...

25-03-2010

Acabo de descobrir que tenho vontade de te escrever somente quando você se vê sozinha, quando você se vê triste e prestes a finalizar seus planos.
Querida, não foi isso que eu quis para o fim, aliás, nem sei desde quando quis um fim, acho que não queria. Mas a hora chegou, foi inevitável, fomos levando, levando, até chegar este momento. Sempre houve segunda chance, a qual era zerada quando se chegava a terceira vez.
Ambos sabemos que de Santa você não tem nada, comete seus deslizes também, mas como 1+1 são 2, tenho lá minhas dúvidas que você alguma vez tenha feito tamanha coisa. Você tá sempre tentando se controlar para não poder perder a cabeça, para levar as coisas adiante. Conversou e de nada adiantou.
Aconteceu a primeira das últimas vezes há exatamente três semanas. Você se prometeu, prometeu a outras duas pessoas que não teria a segunda vez. Espero que não decepcione uma grande amiga sua. Senão ela poderá te decepcionar com a mesma promessa dela.
Não vem mais lágrimas nos seus olhos quando você pensa nisso, talvez porque seja um alívio, tirando um peso das costas. Talvez porque você já pensou no que aconteceria no decorrer desse um ano e cinco meses adiante. Talvez porque você, sempre, sofra por antecedência.
Às vezes é melhor sofrer por agora do que sofrer mais adiante.
Como você vai conseguir continuar confiando dessa forma que você nunca confiou? Aliás, confiou e se quebrou toda a confiança.
Você sempre fala que não vai ligar, que vai esperar, que consegue esperar, mas são 04:39am, você trabalha amanhã, você tem responsabilidades, você tem um futuro a cuidar, você tem coisas a estudar, uma viagem a fazer, contas a pagar... e onde está? Aqui. Aguardando quem tampouco se preocupa contigo. Quem causa olheiras e mais olheiras nos seus olhos. Não, não são olheiras de noites vividas, mas sim de noites mal dormidas.
De verdade, por mais que nosso coração possa contestar, não merecemos isso. Sua saúde anda abalada, sua conta bancária defasada, seus estudos já não são mais seus. Não consigo mais te reconhecer. Não mesmo.
Cadê aquela menina que conheci há quatro anos? Que disse que gostaria de viver, viajar, ser feliz, mesmo que fosse solteira, mesmo que não tivesse ninguém? Cadê aquela mulher que era tão segura de si, que por mais que nunca cuidasse da aparência estava sempre bonita, de tênis, camiseta e jeans? Cadê você? Por quê se esconde atrás de alguém que nem olha pra trás pra saber como você está?
Você realmente precisa se valorizar. Não sei como tirará forças para tal fim. Não sei de onde. Você se esgotou, deu todas as chances, fez tudo que pode, fez além... Fez tudo que não podia fazer. Pelo menos você sabe que saiu dessa ganhando, que não se arrependerá de não ter feito, talvez de ter feito. Mas eu sei que até hoje aquele lema você leva: "antes arrepender de ter feito do que arrepender de não ter feito".
Seja sincera com você, você merece?
Você merece mesmo isso tudo, mesmo depois das palavras de força que ouviu hoje, incentivos ao seu concurso, ao seu futuro? Sabe, seu futuro não depende apenas dos estudos, mas também e muito do seu sentimental. O que eu vejo que não anda bem. E tudo isso tem uma causa, e a causa você conhece, mas não reconhece.
Bem, o que lhe resta é pensar. Se dê um tempo, saia, não abstraia, leve em conta tudo, cada palavra, cada vírgula, principalmente, cada promessa. As promessas valem muito, sabia?
Seja feliz, minha Flor. Aliás, só pra te lembrar, seja só minha, só sua, não seja de mais ninguém. Seja alguém que todos queiram estar perto, mas nunca alguém que todos queiram somente para si, novamente.

F.

Um comentário:

  1. Dear F.
    Ainda não sei o que te aconteceu. Mas sei que, assim como você quer o melhor para a nossa amiga, acredite, Eu também. E eu estou torcendo por você, para que você possa ser completa novamente, sem precisar esperar essa parte sua voltar ou dar notícias.
    ;*

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