terça-feira, 8 de julho de 2025

recomeços curam.

e foi sua presença me curou há alguns meses atrás. e você nem imagina. foi quando eu pude me sentir viva novamente, e existente. 

existente em um mundo que eu achei que nunca mais seria enxergada, em um mundo que achei que eu não pertencia mais.

e foi de mansinho. entre nossos entraves, nossos erros e nossos defeitos. nossos erros de percurso e nossos desencontros. as infelizes coincidências da vida. as felizes coincidências da vida.

aos poucos te conquistei sem querer conquistar. aos poucos você me conquistou de uma forma diferente.

apesar de todas as adversidades que apareceram, cá estamos. a gente ri juntos, temos conversas que duram horas e quando assustamos, o sol já está nascendo mais uma vez. uma química incrível.

minha ansiedade é tão grande e o coração já passou por tanta coisa que eu sinto saudades antecipadas de quando não estivermos mais juntos.

porque pode ser para uma vida inteira, como pode durar só mais um mês. mas já se foram nove meses. a maior parte deles com a gente se desapegando um do outro. talvez porque sabíamos.

sabíamos que se houvesse o dia seguinte, especialmente com nossa química, a gente se apegaria e se arriscaria. e o medo é saber que somos imensamente parecidos. e isso poderia nos machucar. 

mas estamos tentando, do nosso jeitinho, fazer isso dar certo. ganhamos um ao outro e, ainda bem, que não ganhamos um do outro. afinal, a vida não é um jogo, eu acho. e se for, quero você como meu parceiro nessa partida. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

cinco.

jamais imaginaria que chegaríamos aqui. depois do meu deserto, você veio e entrou devagarinho na minha vida. como bom mineiro que é, veio me conquistando pelas beiradas. 

ainda não sei até quando vai durar tudo isso. pode ser mais um mês, um ano, ou talvez só mais uma semana. mas tem sido tão gostoso e tão leve, que eu queria congelar o tempo que temos juntos. 

as conversas têm sido mais complicadas, falamos dos nossos sentimentos (mais você que eu). eu ainda tenho medo, afinal a última pessoa que morou aqui dentro destruiu tudo de uma forma inimaginável. meio alcoolizados acabamos falando de tudo isso e toda essa loucura que temos vivido. você tem sido meu primeiro e último pensamento do dia. já nem tem mais graça falar com outras pessoas...

queria poder ficar no meio dos seus braços por mais um feriado inteiro, só nós dois, na cama, falando de todos os assuntos possíveis.

"minha mulher". foi assim que você falou de mim. para o seu primo, para a menina da academia que está no seu pé e para sua mãe. eu? fingi naturalidade. 

o que será de nós? vou tentando viver o presente, sem pensar muito no próximo mês ou no próximo ano.

mas já se vão cinco meses daquele primeiro dia que, coincidentemente, foi o 41º dia do deserto. o primeiro dia que eu não chorei desde o fatídico dia.

domingo, 8 de dezembro de 2024

sunday night

e no fim foi em uma noite de domingo que eu me odiei.

odiei a mim mesma, especialmente por confiar nas pessoas. por deixar tudo que aconteceu acontecer. por dar mais votos de confiança, por amar incondicionalmente. por não querer enxergar quem, de fato, era a pessoa que estava ao meu lado.

todas as vezes que fui deixada, fui eu que permiti. 

fosse por uma noite ou por uma vida inteira.

eu me odeio por ter me deixado tão vulnerável a tudo isso. todas as suas mentiras, todas as suas promessas. eu deveria ter dito não. 

fazia um tempo que eu não chorava por causa do fim. estou me acabando em lágrimas. queria simplesmente que nada disso tivesse existido.

eu odeio amar a versão que inventei de você. e odeio a sua versão real.


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

jogo

peça mais uma vez para eu largar esse jogo de lado. fala que não consegue ficar mais um dia sem pensar em nós rolando na cama. desabotoa minha blusa e me chama para um banho com você. me mande uma mensagem daquelas durante a tarde, que eu não consiga segurar o riso safado no meio de uma reunião. fala com todo seu jeito mineirinho que está com saudades. peça de novo para eu não viajar. repita novamente que tem ciúmes de mim. abra o vinho, e repita aquela massagem nas costas que só você sabe fazer. deixa eu, acidentalmente, apertar seus braços enquanto a gente conversa amenidades na sala. desnude-me. não só de roupas, mas de alma. 

sábado, 19 de outubro de 2024

fica.

fica comigo essa noite. deixa eu sentir você por inteiro. ocupa o espaço que meu passado deixou na minha cama. eu consigo me sentir novamente viva dentro dos seus braços fortes. coloca de novo esse sorriso safado na minha cara. só mais umas três vezes essa noite. amanhã pela manhã eu deixo você ir. faça eu ficar na ponta dos pés para sentir o gosto do seu beijo. vamos rir e nos divertir mais um pouco, falar sobre insanidades e sobre as nossas rotinas de trabalho. prometo que deixo você me deixar mais uns três roxos. um bem na pontinha do peito e os outros dois nas minhas coxas. amanhã, às três da tarde, eu te envio uma foto de visualização única falando que você deixou vestígios. você repete que já está com saudades e quer me ter de novo. brinca com meus cachorros ali na sala e depois venha comigo para o quarto. eu acendo um cigarro enquanto você beija minhas costas. repete mais uma vez como sou gostosa, mesmo sabendo que não sou e o gostoso aqui é você. toma uma cerveja comigo que eu deixo você ocupar uma gaveta. pergunte mais uma vez quem é o insano que me deixou. repita sobre como você sempre me quis, ainda que eu duvide da sua palavra. vou perguntar pela milésima vez o que quer dizer sua tatuagem, e você vai me contar pela milésima primeira vez que a das costas veio primeiro. interrompa minha ligação de trabalho com um beijo na nuca, me segurando pela cintura. fala que está se apaixonando, mesmo eu implorando para que não. quero ficar deslizando minhas mãos nos seus braços e peitos fortes, enquanto você me beija. ocupe um espaço que não é seu, e já não é de mais ninguém. deixa eu viver mais uma noite com você, enquanto a gente não se cansa dessa brincadeira a dois. e não deixe ninguém saber. somos só nós dois e o mundo lá fora tanto faz. 

~ Just imagination ~