terça-feira, 10 de setembro de 2024

deserto

As feridas que você me causou ecoarão pela eternidade.
Eu sinto muito. Mas de todas as pessoas que passaram na minha vida, você foi a pior.
Por muito e muito tempo (e bota tempo nisso) eu acreditava que você era uma boa pessoa. Uma boa pessoa com seus traumas, vícios, problemas, fragilidades, assim como qualquer outra pessoa, mas sempre acreditei que você tinha um bom coração.

Como eu pedi a Deus por você...
Como eu quis fazer isso dar certo...
Como eu comemorei e fiquei feliz quando você passou a ser um homem de fé...

E veio a enxurrada.
O meu deserto. 

E você sequer respeita o meu deserto.

Eu quis muito tirar a venda dos seus olhos. Falei para as pessoas que seria um momento de fragilidade e que logo isso iria passar, você veria com clareza novamente.

Pedi a São Rafael que soprasse fel em seus olhos, assim como ele fez com Tobias. Que ele curasse suas feridas, assim como fez com Sara. 

Não adiantou.

Você me feriu. Uma ferida que não sei se algum dia irá cicatrizar. Aliás, várias feridas. Nunca me senti tão traída na vida. 

Eu, sempre tão sonhadora, enxergando o mundo com óculos rosa, de repente não consigo confiar em mais ninguém.

Às vezes me esqueço e procuro você pela casa.

Perco o sono. Choro o dia todo. Sinto raiva. Sinto amor. Sinto ódio. Sinto saudade. 

Tem um vazio aqui.

Um verdadeiro deserto. 

Parece um pesadelo que eu só queria acordar, mas já sei que não. Foi o fim.

Talvez o fim estava lá desde o começo, e eu só não quis enxergar. 

Tivemos uma bonita história. Uma pena que você conseguiu ferrar tudo no final. Sinto muito.

Um dia eu vou acabar de passar pelo deserto. Ele é necessário. 

domingo, 26 de abril de 2020

tempos de pandemia



As lágrimas rolam abaixo e eu já nem me lembro mais qual foi a última vez que me senti viva.

Viver no automático traz grandes problemas, pois tudo passa a ser no automático.

Talvez eu tenha sido feita para ser uma pessoa isolada do mundo, esses tempos de pandemia estão mostrando isso. 

Talvez se sentir vivo seja apenas um hype meio louco da galera e na maior parte do tempo a onda é se sentir assim mesmo. 

Talvez eu só não achei meu lugar no mundo. Ainda. Ou achei e estou longe suficiente pra não me sentir segura e nem viva.

Não caibo aqui, não caibo mais onde eu cabia...
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sábado, 1 de setembro de 2018

300

A 300 passos de nós eu decidi que nao quero mais. Nao dessa forma.

Nao quero, nao me faz bem, nao tem acontecido como acredito que deva ser.

As vezes precisamos de mais. Um pouco mais, apenas. Nao é algo dificil.


segunda-feira, 20 de agosto de 2018

anos pares


Os anos pares são os mais difíceis. 

Com certeza algo da astrologia conseguiria explicar o motivo. Mas se quero saber? Acho que não. Prefiro que chegue logo dia 31 de dezembro.

Você veio me assombrar novamente. Meu Deus! Isso nunca terá um fim? Nos conhecemos em um ano ímpar, há mil anos atrás. Quase metade da minha vida atrás.

Mas dessa vez foi diferente. Me peguei interpretando esse sonho por algumas vezes, antes de colocar em um papel. 

Viajávamos por estradas diferentes. Completamente distintas. Parei em um posto meio abandonado, estava em iminente perigo. Escutei a sua voz. Te chamei. Você me salvou.

Conversamos por algumas horas. Me senti tão bem, tão confortável. Me senti em casa. Nos despedimos. Seguimos nossos rumos. Acordei.


O cheiro do café

2o-o8-2o18



O cheiro que sobe do café expresso é exatamente o que me traz todas aquelas memórias.
Dias que me senti extremamente feliz.

Os dias cinzas, que de cinza tinham somente a cor no céu. As árvores desfolhadas, mas que traziam um conforto que jamais encontrei em nossa diversidade brasileira.

Dias como esses atuais me fazem ter certeza a qual lugar pertenço. Viver acompanhada, mas se sentindo sozinha ainda é um problema.

Todos os caminhos me levam para longe. Há quanto não dizia como me sentia? A folha em branco continua sendo a melhor companhia e amiga.

Vivemos fornecendo sorrisos falsos, uma rotina desgastante, um ciclo sem fim. Faz falta.

Faz falta uma conversa, uma companhia. O sonho vem e ainda esfrega umas verdades em nossa cara.

Já não sei mais.