terça-feira, 9 de setembro de 2025

qual é a sua África do Sul?

e no meio de um processo de cura, veio uma viagem.

uma viagem que eu não queria, para um lugar que eu nunca quis conhecer. e, curiosamente, para um casamento.

um ano pode parecer pouco tempo… mas, quando a vida decide virar de cabeça para baixo, é tempo suficiente para nascer uma nova versão de nós mesmos.

foi exatamente isso que aconteceu.

depois de atravessar uma separação, eu precisei reaprender a andar sozinha. reaprender a olhar para mim. reaprender a sonhar. e no meio disso, minha primeira viagem internacional sozinha.

e o mais curioso é que… a África do Sul jamais esteve no meu roteiro.
nunca foi um país que eu sonhei em conhecer. para ser sincera, eu nunca tive vontade de ir.

mas foi justamente lá, nesse destino inesperado, que eu vivi uma das experiências mais incríveis da minha vida.

quando cheguei, senti como se tivesse atravessado um portal.

o vento frio de Cape Town batendo no meu rosto, a imensidão da Table Mountain me lembrando o quanto o mundo é grande, as praias infinitas, a energia vibrante das pessoas…

e, no meio de tudo isso, um casamento. eu estava ali para celebrar o amor de uma amiga, mas também estava celebrando algo muito maior: o meu próprio recomeço.

não foi só uma viagem. foii a materialização de um caminho de superação.

no último ano, eu cresci em todas as áreas: pessoal, profissional, emocional e espiritual.

descobri que eu podia ser forte sem deixar de ser sensível. que eu podia ser independente sem deixar de amar. e que eu podia reconstruir a vida… sem precisar esperar que tudo estivesse perfeito para começar.

a vida não espera. e eu também não esperei.

todos nós temos uma África do Sul para atravessar.

talvez seja um lugar que nunca sonhou conhecer, talvez seja até aquele relacionamento que nunca imaginou ter, talvez seja um desafio que nunca quis enfrentar… mas que pode se revelar a experiência mais transformadora da vida.

qual é a sua África do Sul?
qual é a travessia que vai provar para você que é possível recomeçar e crescer?

quando voltei para casa, percebi que não trouxe apenas lembranças, fotos e vídeos. trouxe a certeza de que eu sou maior do que qualquer medo.

e se em apenas um ano tanta coisa mudou… imagina o que pode acontecer nos próximos?

afinal, todos temos uma África do Sul a enfrentar.

terça-feira, 8 de julho de 2025

recomeços curam.

e foi sua presença me curou há alguns meses atrás. e você nem imagina. foi quando eu pude me sentir viva novamente, e existente. 

existente em um mundo que eu achei que nunca mais seria enxergada, em um mundo que achei que eu não pertencia mais.

e foi de mansinho. entre nossos entraves, nossos erros e nossos defeitos. nossos erros de percurso e nossos desencontros. as infelizes coincidências da vida. as felizes coincidências da vida.

aos poucos te conquistei sem querer conquistar. aos poucos você me conquistou de uma forma diferente.

apesar de todas as adversidades que apareceram, cá estamos. a gente ri juntos, temos conversas que duram horas e quando assustamos, o sol já está nascendo mais uma vez. uma química incrível.

minha ansiedade é tão grande e o coração já passou por tanta coisa que eu sinto saudades antecipadas de quando não estivermos mais juntos.

porque pode ser para uma vida inteira, como pode durar só mais um mês. mas já se foram nove meses. a maior parte deles com a gente se desapegando um do outro. talvez porque sabíamos.

sabíamos que se houvesse o dia seguinte, especialmente com nossa química, a gente se apegaria e se arriscaria. e o medo é saber que somos imensamente parecidos. e isso poderia nos machucar. 

mas estamos tentando, do nosso jeitinho, fazer isso dar certo. ganhamos um ao outro e, ainda bem, que não ganhamos um do outro. afinal, a vida não é um jogo, eu acho. e se for, quero você como meu parceiro nessa partida. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

cinco.

jamais imaginaria que chegaríamos aqui. depois do meu deserto, você veio e entrou devagarinho na minha vida. como bom mineiro que é, veio me conquistando pelas beiradas. 

ainda não sei até quando vai durar tudo isso. pode ser mais um mês, um ano, ou talvez só mais uma semana. mas tem sido tão gostoso e tão leve, que eu queria congelar o tempo que temos juntos. 

as conversas têm sido mais complicadas, falamos dos nossos sentimentos (mais você que eu). eu ainda tenho medo, afinal a última pessoa que morou aqui dentro destruiu tudo de uma forma inimaginável. meio alcoolizados acabamos falando de tudo isso e toda essa loucura que temos vivido. você tem sido meu primeiro e último pensamento do dia. já nem tem mais graça falar com outras pessoas...

queria poder ficar no meio dos seus braços por mais um feriado inteiro, só nós dois, na cama, falando de todos os assuntos possíveis.

"minha mulher". foi assim que você falou de mim. para o seu primo, para a menina da academia que está no seu pé e para sua mãe. eu? fingi naturalidade. 

o que será de nós? vou tentando viver o presente, sem pensar muito no próximo mês ou no próximo ano.

mas já se vão cinco meses daquele primeiro dia que, coincidentemente, foi o 41º dia do deserto. o primeiro dia que eu não chorei desde o fatídico dia.

domingo, 8 de dezembro de 2024

sunday night

e no fim foi em uma noite de domingo que eu me odiei.

odiei a mim mesma, especialmente por confiar nas pessoas. por deixar tudo que aconteceu acontecer. por dar mais votos de confiança, por amar incondicionalmente. por não querer enxergar quem, de fato, era a pessoa que estava ao meu lado.

todas as vezes que fui deixada, fui eu que permiti. 

fosse por uma noite ou por uma vida inteira.

eu me odeio por ter me deixado tão vulnerável a tudo isso. todas as suas mentiras, todas as suas promessas. eu deveria ter dito não. 

fazia um tempo que eu não chorava por causa do fim. estou me acabando em lágrimas. queria simplesmente que nada disso tivesse existido.

eu odeio amar a versão que inventei de você. e odeio a sua versão real.


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

jogo

peça mais uma vez para eu largar esse jogo de lado. fala que não consegue ficar mais um dia sem pensar em nós rolando na cama. desabotoa minha blusa e me chama para um banho com você. me mande uma mensagem daquelas durante a tarde, que eu não consiga segurar o riso safado no meio de uma reunião. fala com todo seu jeito mineirinho que está com saudades. peça de novo para eu não viajar. repita novamente que tem ciúmes de mim. abra o vinho, e repita aquela massagem nas costas que só você sabe fazer. deixa eu, acidentalmente, apertar seus braços enquanto a gente conversa amenidades na sala. desnude-me. não só de roupas, mas de alma.