segunda-feira, 28 de outubro de 2024

jogo

peça mais uma vez para eu largar esse jogo de lado. fala que não consegue ficar mais um dia sem pensar em nós rolando na cama. desabotoa minha blusa e me chama para um banho com você. me mande uma mensagem daquelas durante a tarde, que eu não consiga segurar o riso safado no meio de uma reunião. fala com todo seu jeito mineirinho que está com saudades. peça de novo para eu não viajar. repita novamente que tem ciúmes de mim. abra o vinho, e repita aquela massagem nas costas que só você sabe fazer. deixa eu, acidentalmente, apertar seus braços enquanto a gente conversa amenidades na sala. desnude-me. não só de roupas, mas de alma. 

sábado, 19 de outubro de 2024

fica.

fica comigo essa noite. deixa eu sentir você por inteiro. ocupa o espaço que meu passado deixou na minha cama. eu consigo me sentir novamente viva dentro dos seus braços fortes. coloca de novo esse sorriso safado na minha cara. só mais umas três vezes essa noite. amanhã pela manhã eu deixo você ir. faça eu ficar na ponta dos pés para sentir o gosto do seu beijo. vamos rir e nos divertir mais um pouco, falar sobre insanidades e sobre as nossas rotinas de trabalho. prometo que deixo você me deixar mais uns três roxos. um bem na pontinha do peito e os outros dois nas minhas coxas. amanhã, às três da tarde, eu te envio uma foto de visualização única falando que você deixou vestígios. você repete que já está com saudades e quer me ter de novo. brinca com meus cachorros ali na sala e depois venha comigo para o quarto. eu acendo um cigarro enquanto você beija minhas costas. repete mais uma vez como sou gostosa, mesmo sabendo que não sou e o gostoso aqui é você. toma uma cerveja comigo que eu deixo você ocupar uma gaveta. pergunte mais uma vez quem é o insano que me deixou. repita sobre como você sempre me quis, ainda que eu duvide da sua palavra. vou perguntar pela milésima vez o que quer dizer sua tatuagem, e você vai me contar pela milésima primeira vez que a das costas veio primeiro. interrompa minha ligação de trabalho com um beijo na nuca, me segurando pela cintura. fala que está se apaixonando, mesmo eu implorando para que não. quero ficar deslizando minhas mãos nos seus braços e peitos fortes, enquanto você me beija. ocupe um espaço que não é seu, e já não é de mais ninguém. deixa eu viver mais uma noite com você, enquanto a gente não se cansa dessa brincadeira a dois. e não deixe ninguém saber. somos só nós dois e o mundo lá fora tanto faz. 

~ Just imagination ~

terça-feira, 10 de setembro de 2024

deserto

As feridas que você me causou ecoarão pela eternidade.
Eu sinto muito. Mas de todas as pessoas que passaram na minha vida, você foi a pior.
Por muito e muito tempo (e bota tempo nisso) eu acreditava que você era uma boa pessoa. Uma boa pessoa com seus traumas, vícios, problemas, fragilidades, assim como qualquer outra pessoa, mas sempre acreditei que você tinha um bom coração.

Como eu pedi a Deus por você...
Como eu quis fazer isso dar certo...
Como eu comemorei e fiquei feliz quando você passou a ser um homem de fé...

E veio a enxurrada.
O meu deserto. 

E você sequer respeita o meu deserto.

Eu quis muito tirar a venda dos seus olhos. Falei para as pessoas que seria um momento de fragilidade e que logo isso iria passar, você veria com clareza novamente.

Pedi a São Rafael que soprasse fel em seus olhos, assim como ele fez com Tobias. Que ele curasse suas feridas, assim como fez com Sara. 

Não adiantou.

Você me feriu. Uma ferida que não sei se algum dia irá cicatrizar. Aliás, várias feridas. Nunca me senti tão traída na vida. 

Eu, sempre tão sonhadora, enxergando o mundo com óculos rosa, de repente não consigo confiar em mais ninguém.

Às vezes me esqueço e procuro você pela casa.

Perco o sono. Choro o dia todo. Sinto raiva. Sinto amor. Sinto ódio. Sinto saudade. 

Tem um vazio aqui.

Um verdadeiro deserto. 

Parece um pesadelo que eu só queria acordar, mas já sei que não. Foi o fim.

Talvez o fim estava lá desde o começo, e eu só não quis enxergar. 

Tivemos uma bonita história. Uma pena que você conseguiu ferrar tudo no final. Sinto muito.

Um dia eu vou acabar de passar pelo deserto. Ele é necessário. 

domingo, 26 de abril de 2020

tempos de pandemia



As lágrimas rolam abaixo e eu já nem me lembro mais qual foi a última vez que me senti viva.

Viver no automático traz grandes problemas, pois tudo passa a ser no automático.

Talvez eu tenha sido feita para ser uma pessoa isolada do mundo, esses tempos de pandemia estão mostrando isso. 

Talvez se sentir vivo seja apenas um hype meio louco da galera e na maior parte do tempo a onda é se sentir assim mesmo. 

Talvez eu só não achei meu lugar no mundo. Ainda. Ou achei e estou longe suficiente pra não me sentir segura e nem viva.

Não caibo aqui, não caibo mais onde eu cabia...
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sábado, 1 de setembro de 2018

300

A 300 passos de nós eu decidi que nao quero mais. Nao dessa forma.

Nao quero, nao me faz bem, nao tem acontecido como acredito que deva ser.

As vezes precisamos de mais. Um pouco mais, apenas. Nao é algo dificil.